Na prática Hipnoterapêutica, as técnicas da regressão/progressão podem ser aplicadas de diferentes formas, em função da intenção terapêutica que lhe está subjacente.
Como tal, e de forma muito simplista, por norma:
1) Recorre-se à Regressão de Idade, quando após a indução do transe, o paciente é conduzido de volta no tempo ao seu próprio passado;
2) Recorre-se à regressão a vidas passadas, quando, após a indução do transe, o paciente é conduzido, de volta às suas vidas anteriores ou a períodos de existência compreendidos entre vidas (independentemente se existir crença ou não em vidas passadas, porque clinicamente o que interessa são os significados latentes retirados das projeções mentais e não a aferição da sua realidade existencial) e
3) Recorre-se à Progressão de Idade, quando após a indução do transe, o paciente é "convidado" a progredir no tempo, sendo conduzido a uma vida futura (onde tal como referimos no item anterior, o que interessa é apenas o material projetivo que provem da atividade cerebral inconsciente e não o conteúdo descrito em si mesmo).
Tendo sempre em consideração que é possível utilizar este tipo de técnica para promover a resolução de inúmeros problemas do foro mental, por norma a terapia da regressão da idade é utilizada para tratar problemas, como: fobias, distúrbios emocionais profundos e problemas relacionais, através da recondução do paciente de volta à infância ou à juventude, objetivando identificar um ou vários acontecimentos que tiveram lugar em algum momento específico do passado e que possam justificar o estado atual do paciente. Efetivamente, por vezes basta saber qual foi o acontecimento que desencadeou o problema para ajudar a pessoa a lidar com os seus efeitos; noutros casos, é necessário que o terapeuta vá gradualmente trabalhando com o paciente até que a situação seja completamente resolvida.
A este nível é sempre muito importante termos bem presente que as nossas mentes inconscientes contêm uma quantidade sem fim de memórias armazenadas e uma imaginação poderosa, que por vezes se misturam e/ou confundem. Todos nós já passámos pela experiência de, ao recordarmos um acontecimento passado, não termos bem a certeza se este realmente aconteceu ou se só o imaginámos. Contudi, esta distinção não é, importante para a mente inconsciente que se comporta como se fosse verdade, influenciando estas memórias ou histórias imaginadas a visão que a mente inconsciente tem do mundo.
Deste modo, a confrontação com traumas do passado ou o reavivar de memórias perdidas podem ser extremamente benéficos para os pacientes, porque essas memórias não são interpretadas literalmente, mas tidas como metáforas dirigidas à mente, com um significado específico para aquele indivíduo. A intenção é que, quando o paciente associa um dos seus problemas (uma fobia por exemplo) com a sua causa localizada na infância, os problemas possam desaparecer, porque o paciente revive a experiência do passado com a perspetiva atual de adulto, permitindo-lhe um distanciamento e uma relativização daquele momento passado que deu origem ao problema atual.
Neste sentido, e para casos muito específicos o recurso a regressões mais profundas (ex: Ventre materno e Vidas Passadas), pode constituir um recurso terapêutico muito válido, independentemente das crenças existentes, porque mesmo quando as pessoas não acreditam na existência de vidas passadas parecem recordá-las quando se submetem a técnicas de regressão. Efetivamente, a regressão a vidas passadas tem sempre um valor terapêutico porque, tal como acontece na regressão de idade, as experiências ou histórias de vidas passadas recordadas funcionam para a mente inconsciente como metáforas que contam uma história que é importante para a mente e que pode ser usada como ponto de partida para a terapia.
Finalmente é importante realçarmos, que o hipnoerapeuta também pode recorrer a técnicas projetivas que ajudam os pacientes a visualizar como podem melhorar as suas vidas se alterarem um determinado comportamento. Por exemplo, uma pessoa cuja autoconfiança ainda não é suficientemente forte para impedir a manipulação alheia, pode ser incitada a imaginar dois tipos de futuro para si própria, dentro de dez anos: um como alguém segura de si e outro como dependente das opiniões dos outros. O poder da diferença entre as duas imagens pode ser suficiente para a encorajar na sua afirmação pessoal, se a mesma estiver sob a influência hipnótica como e evidente.
Também a este nível é possível ir mais longe, conduzindo o paciente para além desta vida, até à sua próxima vida, aproveitando deviamente a produção mental de metáforas com significado (e efeito terapêutico) que daí advém.