Apoiando-se operacionalmente em testes psicológicos que fundamentam a sua eficácia na chamada hipótese projetiva, as Avaliações Projetivas, baseiam-se no conceito freudiano de projeção que é definida como sendo um mecanismo de defesa, através do qual o indivíduo atribui de forma inconsciente características negativas da própria personalidade a outras pessoas/elementos (projeção clássica).
A este nível, apesar da projeção clássica carecer de confirmação empírica, existe um outro tipo de projeção que conta com uma relativa unanimidade entre os estudiosos que é a projeção generalizada ou assimilativa, que confere aos testes projetivos duas grandes vantagens que contribuem para potencializar a sua eficácia avaliativa:
1) possuem a capacidade de "enganar" os mecanismos de defesa do indivíduo e
2) permitem ater acesso a conteúdos não acessíveis à consciência do indivíduo testado.
Não sendo por isso de estranhar que para o estudo especifico dos Transtornos de Personalidade, os citados testes têm vindo a ganhar cada vez maior importância, pela capacidade que possuem de fornecer ao analisado informações ambíguas, fazendo com que suas respostas revelem conteúdos latentes do sua mente e sua personalidade.
No entanto, apesar das evidentes vantagens, a avaliação dos resultados dos testes projetivos é sempre bastante complexa, demorada e trabalhosa, obrigando o profissional de saúde a passar sempre por uma formação específica para conseguir aplicar e interpretar cada um desses testes.
Dentre os testes projetivos, aqueles que são mais comummente utilizados na prática clínica são o muito conhecido
- Método Rorschach (que se tornou mundialmente famoso por aparecer muito frequentemente nas séries de investigação criminal, sendo conhecido vulgarmente como um conjunto de pranchas com borrões de tinta), e os menos conhecidos, mas não menos úteis:
- Teste House-Tree-Person;
- Teste de Apercepção Temática (TAT);
- Teste de apercepção temática de Murray;
- Teste das pirâmides de Pfister e o
- Teste do desenho da Figura Humana.
Finalmente é importante ressalvarmos que as avaliações projetivas podem estar direcionadas para a população adulta ou para a população adolescente ou para a população pediátrica, dependendo do instrumento selecionado e da problemática clínica que está a ser abordada.